Com as informações colhidas pela imprensa, pela televisão, pelos depoimentos, é possível analisar a influência das detonações de explosivos nas frentes de lavra e nas barragens de rejeitos da Mineração da Vale SA.
Cabe salientar, que esse estudo se baseia na proximidade da frente de lavra 1.698,33m. Não sabendo a quantidade de explosivo, tipo de explosivo, se são utilizados retardos, com qual tempo, carga por tempo e se existe monitoramento sismográfico.
Sabe-se que o minério de ferro é duro e consistente onde o comportamento das ondas sísmicas provocadas pelas detonações tem características definidas, e quando entram em contato com emulsão (sólidos e água), provocam liquefação e estas vibrações provocaram o colapso da barragem na parte inferior desta assim como a ruptura por cisalhamento das laterais da barragem, claramente observados na filmagem do colapso.
Da mesma forma quando acontece um Acidente Aeronáutico o CENIPA – Brasil, ou NSA – National Security Agency/ – USA, as causas do acidente são investigadas, procuradas, analisadas, levantando todas as possibilidades (inclusive terrorismo) de forma a chegar a conclusões, que permitam a otimização da operação e fabricando de aeronaves mais seguras.
Foram muitas barragens que se romperam aqui no Brasil e parece ser um erro sistemático que se repete.
Realmente é impressionante, a movimentação da Vale SA. para tentar justificar o injustificável, faz alardes da Contratação de Consultoria e de técnicos do exterior, como se fossem melhores que os técnicos nacionais.
Em momento nenhum, se fala das análises das vibrações provocadas pelas detonações das frentes de lavra a 1.698,33m de distância da barragem.
A empresa Alemã que atestaria a segurança das barragens nunca desconfiou da influência das vibrações das detonações que a Vale SA. define como sendo “corriqueiras”.
A Consultoria Externa forneceu Laudos Seguros, mas a realidade foi outra, morreram seres humanos da forma mais brutal, sem nenhuma oportunidade de se salvar, inclusive os seus próprios funcionários,
Explicarei de forma sumária o comportamento das detonações com explosivos, perante as edificações, estruturas, pontes, barragens, etc.
Quando se executa uma detonação de explosivos, se calcula a carga máxima a ser detonada por unidade de tempo (milésimos de segundos) Em função do tipo de construções, numa distância definida, a carga de explosivos é dividida para manter a vibração na frequência correta e que não impacte as construções (barragem), o monitoramento com sismógrafos em pontos estratégicos para mensurar a vibração perto e junto à barragem é uma obrigação, considerando as detonações sistemáticas fato inerente a mineração.
Limites recomendados na norma NBR-9653, da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – deveriam ser sempre respeitadas garantindo assim a integridade das edificações e de seus moradores
Por exemplo, tendo que detonar 2.500 quilogramas de explosivo e se as construções suportam a vibração proveniente de 125 quilogramas, logo se divide em 20 retardos de 30 ou 40 ou 60 milésimos de segundos, desta forma o impacto será controlado sem efeitos negativos.
A “barragem de rejeitos” era monitorada com piezômetros, o que confirma a presença de água nos rejeitos (fato confirmado quando da ruptura da barragem) o terrível Tsunami de Lama; A combinação de emulsão de lama saturada e ondas de choque das detonações têm resultados desastrosos.
De um lado temos a frente de lavra de Minério de Ferro, rocha dura e a 1.698,33m temos uma emulsão de água e sólidos numa barragem. A onda de choque gerada na explosão viaja na rocha dura com uma frequência definida, no momento que atinge a barragem (emulsão) esta onda altera a sua freqüência, aumentando a sua amplitude e provoca duas coisas a primeira é a liquefação e a seguir o deslizamento pelo lugar de menor resistência que seria o contato da argila (argila e rejeitos) com o solo do terreno na parte inferior da barragem, conforme um Engenheiro mostrou a liquefação rompendo barragem por cima, no Caso de Brumadinho houve liquefação, mas de acordo com a filmagem a ruptura da barragem se dá na parte inferior e a separação nas laterais é clara e mostra o que a barragem de argila está encostada no terreno firme.
Barragem de Rejeitos a montante, a jusante, feita com argila e rejeitos de minério, é condenável, elas são feitas para se romper, elas foram eliminadas, nos países de primeiro mundo e mantidas nos outros países.
BARRAGEM DE REEITOS A 1.698,33 m. DA FRENTE DE LAVRA AO LADO BARRAGEM DE AGUA E AO LADO BOTA FORA DE REJEITOS SOLIDOS. A JUSANTE DA BARRAGEM A INDÚSTRIA, REFEITORIO, ESCRITORIOS, ETC
DISTANCIA DA BARRAGEM ATE O REFEITORIO, OFICINAS, ETC. ERA DE 922,91 m.
FOTOS DA RUPTURA DA BARRAGEM.
A BARRAGEM DE REJEITOS ESTA SITUADA NAS COORDENADAS 20º07’11” S e 44°07’17W
ALTITUDE 920 m A UMA DISTÂNCIA DE FRENTE DE LAVRA DE 1.698,33 m.
LIQUEFAÇÃO DA BARRAGEM E INICIO DA RUPTURA NA PARTE INFERIOR
RUPTURA NA PARTE INFERIORE NAS LATERAIS E O INICIO DA SAIDA DA EMULSÃO DE REJEITOS.
INICIO DA CORRIDA DOS REJEITOS A 60 km/h / ONDA COM 20 m DE ALTURA, REFEITÓRIO E INDÚSTRIA DA VALESA. 25 SEGUNDOS.
QUE SUPERFICIE ALINHADA, RETA, E NIVELADA QUE APARECE NAS FILMAGENS?
QUE ESPECIE DE CORTE NA LATERAL DA BARRAGEM, INCLUSIVE RESPEITANDO OS DEGRAUS, COMO FOI REALIZADO?
ONDA DE LAMA DE 20m. ALTURA 60 km/h
ONDA DE LAMA DE 20 m. DE ALTURA
OS 18.000.000 m3 DE REJEITOS INICIARAM SUA VIAGEM PARAO RIO PARAOPEBA, COM SEU GRANDE PODER DETRUIDOR, DEIXANDO A BACIA DA BARRAGEM LIMPA.
A LAMA DOS REJEITOSA 60 km/h.
AMOSTRA DE DETONAÇÃO CONTROLADA.
PARA QUALQUER PESSOA INTERESADA EM SABER COMO FUNCIONA UMA DETONAÇÃO CONTROLADA, DIVIDA POR RETARDOS DE MILESIMOS SEGUNDOS DE FORMA A MANTER AS VIBRAÇÕES DAS ONDAS SISMICAS DENTRO DE VALORES E QUE NÃO PROVOQUEM DANOS AS ESTRUTURAS, PREDIOS, BARRAGENS, ETC.
FRENTE DE LAVRA CARREGADA COM 2.500 kg DE EXPLOSIVO, COM 20 RETARDOS DE 30 MILESIMOS DESEGUNDOS, LOGO A DETONAÇÃO DEMORARA 600 MILESIMOS DE SEGUNDOS, PRATICAMENTE IMPERCEPTIVEL PARA O OUVIDO E VISÃO HUMANA.
A DETONAÇÃO FOI REALIZADA, UM SOM ÚNICO, UMA ÚNICA IMAGEM.
A DETONAÇÃO OBSERVADA EM CÁMARA LENTA, OS EXPLOSIVOS ESTÃO DETONANDO POR UNIDADE DE TEMPO DE CADA RETARDO.
A DETONAÇÃO OBSERVADA EM CÁMARA LENTA, OS EXPLOSIVOS ESTÃO DETONANDO POR UNIDADE DE TEMPO DE CADA RETARDO
A DETONAÇÃO FOI REALIZADA, UM SOM ÚNICO, UMA ÚNICA IMAGEM, MAS A REALIDADE FOI DIFERENTE, CONFORME IMAGENS ANTERIORES HOUVE ESPAÇAMENTO DE TEMPO, O QUE PERMITIU MANTER AS VIBRAÇÕES DENTRO DOS VALORES PERMITIDOS PARA A ESTRUTURA NÃO FICAR DANIFICADA.
Obs. A Onda proveniente de uma explosão difere pouco da onda sísmica proveniente de um terremoto.
As Barragens de Rejeitos são uma tragédia anunciada, ela não pode existir a Engenharia tem outras soluções, mais seguras e que devem ser implantadas no Brasil, mas tem custos que as mineradoras não querem assumir.
A BARRAGEM DE REJEITOS? Com drenagem inferior por tubulações e não por vertedouro, isso configura um Muro de Arrimo.
Como Engenheiro de Minas atuando a mais 49 anos em todo o território nacional, imagino o desespero dos funcionários desta tragédia perversa e criminosa totalmente previsível.
A obrigação do Engenheiro de Minas, conforme juramento, é proteger e defender, promovendo medidas de Segurança para os funcionários e para a sociedade e o meio ambiente.
Infelizmente, o Engenheiro de Minas que tem a grande responsabilidade técnica, teria que se posicionar perante a empresa dos riscos que estariam por vir, (já vivi esse dilema várias vezes) e fui DEMITIDO.
Recomendo que as populações que se preparem e se afastem dos lugares de risco, sejam vigilantes, infelizmente a fiscalização é deficiente e precária, e não está preocupada com as populações.
Hoje é possível verificar junto ao Google Earth e outros sistemas, se no seu município cidade existem empresas de mineração, colocando em risco a vida das pessoas.Exemplo: Maior produtor de ouro no Brasil. Fica na cidade de Paracatu – MG. Veja e tire e suas conclusões.
Engenheiro de Minas Mario Antonio Ortega Noriega
CREA 7547/D – MGTel.: 35 3335 1555 / 35 9142 5545